quinta-feira, 10 de abril de 2014

Os Grandes Poemas: Prolongam o Finito

Os grandes poemas escrevem-se na sarjeta,
Vêm de tanto que soam sempre a tão pouco,
São o pouco lido porém visto no olhar do poeta
Escritos a lágrimas e sangue na aflição do louco,

Corre frenética sua vida, caindo no nocturno,
Como quem já não tem ou mesmo perdeu
Porém não o viu ou sentiu como infortúnio
Pois sabe que do feito nem o escrito é seu,

Os grandes poemas são à margem do mundo,
Independentes do sítio, do tempo e do lugar,
Tendo o que há do mais alto ao mais fundo

Relembrando o passado e o finito desta vida,
Imaginai, um dia até o seu escritor irá passar
Só o poema prolongará seu eco pela avenida.