Aqui renuncio ao Amor; enfim, morro resignado,
Tão vulnerável, em descompasso e de veias vazias.
Estação abandonada — o pouco e o nada caminhado
Basta às estrelas extintas, que há muito jazem frias.
São flores a murchar, são pontes a desmoronar,
É o lume que se apaga num tempo a se extinguir.
Não há esperança: é efémera e torna a se apagar;
Fragmenta-se o desalento — e não há por onde ir.
Despeço-me do horizonte que asas outrora me deu;
Venham as cinzas do inverno, o silêncio de um hiato,
E venha a noite eterna a vestir-me de negro, Orfeu.
Dá-me a mão — não me deixes, no breu e no desfecho.
Adeus à pertença. Rascunha-me o semblante num retrato
De giz; esta ausência é nossa — e este pedaço, nosso trecho.
Blog de um músico e poeta português onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Elegia ao Amor Extinto
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Entre o Zero e o Infinito
Estrelas orbitam o silêncio deste éter constelado,
Eu, princípio e fim, essência de luz e até abismo,
A nebulosa que, trazida no peito, é beijo ecoado,
Entre o zero e o infinito — enfim, mero preciosismo!
Eu, princípio e fim, essência de luz e até abismo,
A nebulosa que, trazida no peito, é beijo ecoado,
Entre o zero e o infinito — enfim, mero preciosismo!
Suporto vestígios de alicerces que vão até ao céu,
Reminiscências dos poetas que outrora viandavam,
Passageiros para o ocaso, lembranças e, sim, breu,
Ternura pela dualidade do Cosmos — assim se davam,
O poeta superior e a infinitude do Tempo e Espaço,
A sua pena entrelaçando as folhas ao preciso traço,
De brisa no rosto, e de rosto oculto pelas suas rugas,
E que sonho sonhado tem sido — as lágrimas enxugas,
Há beleza lá, desde o Sol ao luar, e com pétalas a voar,
Torna-se ainda melhor a caminhada: vem o despertar.
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