Que aprendeu a pensar, a sentir, a discursar,
Deixou de ser Homem, parte de si perdeu
E é esse o espaço que é preciso recuperar,
Esse espelho coberto de pó dorme uma sesta,
É sorriso e é lágrima da criança lá atrás deixada,
Há que lembrar a alvorada e colhê-la numa cesta
E quando a noite vier vê-la no homem reclamada!
Sou a Vida, sou a Morte, sou dois ao mesmo tempo,
Ambos em moldura fluindo e a criança que a pinta
É o velho que a foi e hoje a traz em pensamento,
Como porção, sou o Universo e sou o seu resto,
Sou inteiro e ao seu complemento tenho a tinta
E o poder para me escrever ou abster num gesto.