Estas saudades que tenho dos momentos em que não fui,
E dos outros que não tive a oportunidade de por fim ser,
O potencial edifício com mais andares que no peito alui,
Por não ter sido erguido para além do horizonte do ver,
E dos outros que não tive a oportunidade de por fim ser,
O potencial edifício com mais andares que no peito alui,
Por não ter sido erguido para além do horizonte do ver,
Há estrelas no então longínquo brilhando eternamente sozinhas,
Onde os mortos nos ajudam a contar os segundos não vividos,
Afagando nosso peito vamos percorrendo o trilho destas linhas,
E nesses números vemos no ar os fôlegos até agora dispendidos,
Que tal chuvas cadentes se mostram em instantes e momentos,
E ao ouvido as aspirações e medos tentando culpar o caminho,
Mercê, mercê perante a sepultura de quem foi só fragmentos,
Pois se há ainda a viver, ainda não chegou o tempo da partida,
Por isso iremos indo, encarando-o acompanhado ou sozinho,
Nascidos para ser, vivendo para ver para lá da noite contida.